Halitose, fique por dentro desse assunto…


Os pacientes portadores de halitose buscam o tratamento odontológico na expectativa de resolver o seu problema de mau hálito, porém muitas vezes o constrangimento o impede de dizer ao dentista o verdadeiro motivo de sua consulta.

As consequências emocionais da halitose são fatores que devem ser considerados, pois verifica-se que o portador da halitose está, com frequência, emocionalmente abalado.

O portador da halitose está, com frequência, emocionalmente abalado.

O mau hálito altera o padrão de comportamento na sua vida social, familiar e de trabalho, levando o paciente a apresentar uma tendência ao isolamento e distanciamento das pessoas queridas. O medo de ferir aqueles que o cercam com o seu mau hálito, é um fantasma constante em suas atividades, afetando drasticamente sua qualidade de vida.

Qual é a causa do mau hálito?

A halitose não pode ser explicada por um único mecanismo. Existem casos de origem fisiológica (que requerem apenas orientação), patológica (que requerem tratamento), por razões locais (feridas cirúrgicas, cáries, doenças periodontais e outros) ou ainda por razões sistêmicas (diabetes, distúrbios renais, prisão de ventre e outros). São várias as causas e muitas vezes apresentam vários fatores ao mesmo tempo.

Sabe-se hoje que a Gastrite e a Úlcera, que tanta culpa levaram pelas alterações dos odores bucais, foram vítimas de uma grande injustiça!   Com base em diversas pesquisas pode-se afirmar que apenas 1% das causas da Halitose está associada a problemas gástricos. A halitose não é uma doença e sim um sintoma de uma possível alteração patológica (ex.: doença periodontal, alterações hepáticas, etc), variação fisiológica (ex.: menstruação) ou mesmo de um processo adaptativo do organismo (ex.: jejum prolongado).

Por que o portador da halitose não sente o seu próprio hálito?

Porque o olfato se adapta ao odor, por tolerância. O epitélio olfatório rapidamente se cansa ou fadiga, se acostumando ao odor e falhando na percepção (fadiga olfatória). Em pouco tempo, o paciente com halitose se acostuma ao próprio mau hálito.

Após tratamento de úlcera e gastrite, por que o paciente continua com mau hálito?

Problemas gástricos causarão halitose quando houver refluxo. Segundo pesquisa desenvolvida por equipe multidisciplinar de gastroenterologistas, otorrinolaringologistas e periodontistas da Bélgica, 87% das causas da halitose estão localizadas na região da boca.

 

Quem são os pacientes com maior tendência a halitose?

Respiradores bucais, pacientes com sangramento gengival (doença periodontal), saburra lingual, alterações sistêmicas (por exemplo diabetes, doenças hepáticas, etc),longos períodos em jejum, em dieta ou ainda aqueles que apresentam baixo fluxo salivar.

O que é a saburra lingual?

É um material viscoso e esbranquiçado ou amarelado, que adere ao dorso da língua em maior proporção na região do terço posterior. A saburra equivale a uma placa bacteriana lingual, em que os principais organismos presentes são do tipo anaeróbios proteolíticos, que produzem componentes de cheiro desagradável no final de seu metabolismo. É uma película composta de células descamadas, bactérias e detritos alimentares que aderem à superfície da língua. Ela é responsável por grande parte das halitoses. O grande desafio é saber por que ela está se formando, pois, mesmo realizando limpeza correta da língua, alguns pacientes poderão continuar apresentando formação acentuada.

Como saber se sou portador de halitose?

A melhor forma é perguntar a uma pessoa de seu convívio e de confiança se o seu hálito está alterado e ou costuma ser forte. O portador que é consciente de sua halitose tem um perfil receoso e angustiado. Há pessoas que apenas acreditam possuir halitose

Caso você identifique o problema ou caso você se sinta constrangido a pedir a alguém que o avalie, pode procurar um dentista para que este possa ajudá-lo no diagnóstico e no tratamento da halitose. Atualmente, e cada vez mais, existem dentistas interessados no assunto.

A halitose é fruto de má higiene?

A halitose é um sinalizador de que algo no organismo não está bem. Ou seja, nem sempre a halitose ocorre por falta da melhor higiene bucal. Um paciente que mantenha boa higiene oral mas encontre-se estressado, poderá apresentar um fluxo salivar baixo. Isto compromete a autolimpeza favorecendo a formação da saburra lingual e possibilitando a manifestação da halitose.

E se o problema não for na boca?

Se a causa identificada for outra que não a odontológica, o especialista encaminhará o paciente a um médico pertinente. É de fundamental importância essa integração entre as áreas médicas, paramédicas e odontológicas. Grande parte do insucesso nos tratamentos ocorre justamente pelo não conhecimento abrangente dos fatores causais da halitose.

Qual é a importância de curar a halitose?

Além da questão da saúde geral do paciente, há de se observar a questão social. O indivíduo portador da halitose sofre discriminação em seu grupo social. Ele é vítima frequente de distanciamento em sua relação afetiva. A halitose agride as pessoas que convivem com o portador privando-o de uma vida melhor.

 Todas as pessoas têm mau hálito?

Se considerássemos o hálito desagradável ao acordar, praticamente 100% da população seria portadora de halitose. Por isso, o hálito da manhã é considerado fisiológico. Ele acontece devido à leve hipoglicemia, à redução do fluxo salivar para virtualmente zero durante o sono e ao aumento da flora bacteriana anaeróbia proteolítica. Quando esses microrganismos atuam sobre restos epiteliais descamados da mucosa bucal e sobre proteínas da própria saliva, geram componentes de cheiro desagradável. São os compostos sulfurados voláteis, conhecidos por CSV. Após a higiene dos dentes (com fio dental e escova), da língua (com limpador lingual) e após a primeira refeição (café da manhã), a halitose matinal deve desaparecer. Caso isso não aconteça, podemos considerar que o indivíduo tem mau hálito e que este precisa ser investigado e tratado.

É possível que eu tenha mau hálito e não saiba disso?

Sim. As pessoas que têm um mau hálito constante, por fadiga olfatória, não percebem seu próprio hálito. Somente as pessoas que têm períodos de halitose e períodos de normalidade conseguem percebê-lo.

Então, dá para se medir o hálito?

Sim, atualmente existe à disposição dos profissionais, aparelhos para medir compostos sulfurados voláteis, para orientar quanto à gravidade da halitose e quanto à melhora e à cura durante o tratamento. Também é útil para demonstrar para certos pacientes que, eles não possuem nenhum cheiro desagradável na boca, quando este é o caso. Certos pacientes halitofóbicos ficam muito apreensivos, com medo de terem halitose.

Qual a causa do mau hálito?

É bom que se diga que os casos de halitose não podem ser explicados por um único mecanismo. Existem casos de halitose tanto por razões fisiológicas (que requerem apenas orientação) como por razões patológicas (que requerem tratamento); por razões locais (feridas cirúrgicas, cárie, doença periodontal etc.) ou sistêmicas (diabetes, uremia, prisão de ventre etc.). Por isso, pode-se concluir que todas as possíveis causas devem ser investigadas e que o tratamento será direcionado de acordo com a causa identificada. No entanto, 96% ou mais dos casos de halitose se devem à presença de saburra lingual e, assim, devem ser tratados.

Se a saburra é formada microrganismos, o mau hálito é contagioso?

Não. A saburra somente se forma em pessoas com predisposição à sua formação. Por isso, é muito comum observarmos casais em que apenas um dos parceiros apresenta hálito muito desagradável, a ponto de incomodar o outro.

Como se livrar da saburra e do mau hálito?

Existem pelo menos 3 abordagens:

  1. Remoção mecânica da saburra por meio de limpadores linguais. Existem vários modelos de limpadores linguais eficientes disponíveis no mercado.
  2. Manutenção da superfície lingual a mais oxigenada possível, com o uso de oxidantes. Existem vários oxidantes no mercado que podem ser úteis para esse fim; desde a água oxigenada (usada diluída), formulações com um componente antimicrobiano e um oxidante potentes. Porém, é importante ter orientação profissional na indicação desses produtos.
  3. Identificação da causa da redução do fluxo salivar para que se possa estabelecer o tratamento adequado. As duas primeiras abordagens garantem um hálito agradável; porém, exigem a manutenção desses cuidados. A terceira abordagem, uma vez realizada com sucesso, garante resultados mais duradouros, sem a necessidade de manutenção do uso de produtos para o controle de saburra, porque esse procedimento corresponde à eliminação da causa primária.

Como posso melhorar meu mau hálito que acontece só de vez em quando?

Quando o mau hálito não é crônico, mas apenas esporádico, devemos observar uma higiene bucal e lingual adequadas, estimular a salivação de maneira fisiológica (isto é, sem o uso de medicamentos) com balas sem açúcar, gomas de mascar, gotas de suco de limão com um pouco de sal, etc. Devemos ainda cuidar da alimentação (evitar o excesso de proteína, gordura, condimentos e alimentos de cheiro carregado) e manter uma frequência de ingestão de água e de alimentos saudáveis a cada 3 ou 4 horas.

Então, o uso de gomas de mascar melhora o hálito?

Sim. Em primeiro lugar, age como um mascarado do hálito e, em segundo, o que é mais importante, aumenta a salivação. Mas é bom que se reforce que eles não substituem a escovação e higiene corretas

Tenho gastrite. Acho que é por isso que tenho mau hálito. O mau hálito pode vir do estômago?

Não. É muito comum os pacientes pensarem dessa forma incorreta! Também é muito comum pacientes com gastrite terem mau hálito. Vamos explicar melhor esse mecanismo: à medida que a saburra se forma, ela passa a ser um meio propício também a instalação e proliferação de microrganismos patogênicos cuja porta de entrada é a boca. São exemplos os microrganismos causadores de doenças pulmonares, gastrintestinais, amigdalites e  doenças periodontais. No caso da relação halitose versus gastrite, a redução do fluxo salivar propicia a formação de saburra, a qual permite que o Helicobacterpilor se instale no dorso lingual, prolifere e aumente em número, podendo chegar ao estômago e desencadear a gastrite.

A manutenção do fluxo salivar em condições normais não evita apenas a formação de saburra e mau hálito, mas também previne a possibilidade do paciente se tornar predisposto a gastrite, pneumonia, amigdalite, periodontite etc.

Já consultei vários profissionais sem ter a Solução para o meu problema. Halitose tem cura?

Claro que tem cura. Às vezes, atingir a cura demanda um pouco mais de tempo, mas sempre existe a possibilidade de controle. A maior parte das pessoas crê que qualquer dentista está amplamente informada respeito de mau hálito, o que nem sempre é verdade. O mesmo pode-se dizer em relação aos médicos. O atendimento nessa área é diferente do atendimento odontológico de rotina. Atualmente, muitos estão bastante interessados e estão investindo em conhecimentos sobre o assunto. Assim, se o seu dentista não se achar em condições de lhe oferecer um excelente atendimento, com certeza saberá encaminhá-lo para um colega que tenha feito esse tipo de treinamento.

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